quinta-feira, 21 de maio de 2009

Enquadramento

Quem sou eu que me atrevo a esta altura da vida escrever no mundo virtual?Um mundo já tão cheio,tão repleto de informações e de impressões da vida,feito uma cidade velha, já desgastada e sem espaço pra novos imigrantes?
Não sei...nem eu mesma sei...Sei apenas que escrever é urgente e preciso, pois que a alma transborda e a lágrima cai mais uma vez.
Quanto mais eu busco companhia mais me encontro sozinha e mais me atino a idéia de uma labuta solitária.
É estranho ser escritora,entender-se escritora.Escrevo pra que?Para quem?Quem haverá de me ouvir?
As vezes me canso, canso de buscar minha identidade,meu grupo,meu espaço que é ao mesmo tempo o espaço de todos nós.
Não sei porque ainda há tantas muralhas,tantas barreiras,tantas margens, mesmo no discurso de pessoas que se dizem não preconceituosas,iguais.
Há muita gente brigando contra o sistema,mas que na verdade, na prática, só reconhece aquilo que é sitema.
Pra trabalhar precisa ter experiência e registro em carteira, pra ser empreendedor há que ter dinheiro,ambição,disposição e sorte, pra ser bom tem que ter credencial,ser monge,padre,santo,sei lá...tem que ter crachá,indicação,permissão.
Precisa pertencer a classe a,b,c,d,e...mas tem que se enquadrar de alguma maneira,sempre...
A Poesia parece-me assim o único espaço onde ainda é possível fugir desse enquadramento,desse pensamento positivista,racional,radical...alçar voos maiores, de preferência numa vertiginosa espiral.

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